sábado, 19 de maio de 2007

O virtual distrai as pessoas do real? Ou pode ajudar?



Essa pergunta é bem difícil de responder. Para isso, andamos conversando sobre o assunto, com pontos de vista bem diferentes.

Sandro: O Second Life está sendo usado como ferramenta de treinamento.
MaFe: Treinando focas?
Sandro: Focas?
MaFe: É... Assim as pessoas ficam adestradinhas! Já não chega a mídia escrita, falada e televisiva.
Sandro: Eu acho legal... O médico faz uma operação primeiro no Second Life... Se o paciente morrer, ele apenas vai para a "third life" :)
MaFe: Que triste! Nem aspirina funciona igual de uma pessoa pra outra! Que simulação pode incluir todas as possibilidades de um ser humano? Que bobagem.
Sandro: É lógico que ele não vai aprender tudo na simulação...
MaFe: É lógico que a simulação vai ser uma enganação! Que nem programa que já tem pra isso...
Sandro: Você quer que o aprendiz inexperiente vá abrindo um ser humano direto, para ter uma experiência real?
MaFe: É como é que é? O cara olha o médico experiente, e depois faz, conforme vai demonstrando habilidade.... (ou deveria ser assim).
Sandro: Ele faz em cadáveres primeiro. Ou em bonecos.
MaFe: Em cadáveres, porcos.
Sandro: Eu tinha uma professora especializada em construir bonecos "doentes" para serem operados.
MaFe: Que não reproduzem um corpo vivo. E já tem programa pra simular cirurgia faz tempo.
Sandro: Pelo contrário. O trabalho dela era reconhecido mundialmente. Pois ela tinha o dom de reproduzir o corpo humano em todas as suas nuances... textura, temperatura, cor, etc.
MaFe: Mas não pode reproduzir o "vivo" do ser humano. Os eventos de um vivo. É mais uma distração, um produto desnecessário da nossa sociedade! Por exemplo: Os médicos vão perdendo cada vez mais o respeito pela vida. Vão desaprendendo a esperar!
Sandro: Isso não é culpa do treinamento e nem do boneco!
MaFe: Não. É culpa do que a imagem do boneco ou do uso do programa sugerem.
Sandro: Só se alguém falar: "Você tem que tratar todos os seus pacientes como bonecos"...
MaFe: Não... Sandro, fica uma imagem no subconsciente.
Sandro: Hmmm... Imagina se ele treinar em porcos? Vai tratar todos os pacientes como tal?
MaFe: O porco precisa ser muito bem tratado, se não morre!
Sandro: Ou em cadáveres? O cara chega na mesa de cirurgia, e o médico já vê um defunto... hehe
MaFe: Mas o defunto já foi vivo... e na real, vai se aprender vendo na prática, e, errando. Por isso é bom fazer o impossível pra ter saúde. A cobaia SEMPRE é você!
Sandro: E na arquitetura? Se o cara simula um prédio, ele pode descobrir quais janelas colocar para ter mais luz.
MaFe: Se funcionasse 100%, prédio (e metrô) não caía. (Supondo que estamos dentro do terreno da idoneidade)
Sandro: Metrô e prédio caem por sem-vergonhice. Não vale!
MaFe: Tem certeza?
Sandro: Sim. Senão, cairia um por semana!
MaFe: O que a máquina faz é economizar o tempo, simulando. Mas a simulação tem de ser boa. Minha tese de mestrado foi em modelagem numérica.
Sandro: O cara pode descobrir, na simulação, a posição da janela que vai dar a melhor vista. Impossível de fazer na realidade.
MaFe: Não precisa de simulação pra isso, Sandro.
Sandro: A não ser que ele alugue um helicóptero? Suba em uma escada de bombeiros?
MaFe: As janelas não servem à vista. Servem à orientação do terreno e à orientação do $$$. E não precisa disso tudo pra sacar qual é a melhor vista. Simulação serve pra economizar tempo, no caso de cálculos matemáticos. No resto, é que nem q-suco. Faz a água ficar colorida, por vezes à custa de alguma coisa não muito interessante pro metabolismo, e não deixa de ser água. E informática é útil pra muita coisa, mas a maior parte dos usos é desnecessária e serve pra distrair...
Sandro: Eu acho que a gente ainda não sabe para que serve.
MaFe: Pode ser que sirva pra outras coisas que ainda não sacamos... não disse que não existem mais usos, que os usos estão esgotados. Disse que os usos mais estimulados são alienantes. Sandro: Pode ser.

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