terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O sonho na escola

[Continuação do post O pesadelo da escola.]

Tentei achar material sobre a importância do sonho para os índios norte-americanos na internet, mas como o tempo estava curto, encontrei material mais abrangente, mas interessante - página da Revista de Psicofisiologia da UFMG:

"Sonhadores índios norte-americanos: atribuíam importância especial aos sonhos, como parte do sistema religioso, através da comunicação com os espíritos sobrenaturais e como parte integrante do sistema social, visto que as pessoas que sabiam interpretá-los ocupavam posição de destaque na vida tribal. "

E sobre os Sonhadores Senoi:
"Sonhadores senoi abrangem uma grande tribo primitiva, em torno de 12 mil indivíduos, que vivem nas florestas montanhosas da Malásia. Suas casas familiares são construídas para durar de cinco a seis anos. Alimentam-se de abóboras, inhames, bananas, arroz, e mandioca, que plantam na floresta. São basicamente vegetarianos, mas caçam alguns animais e pescam. São um povo essencialmente musical e completamente pacífico. Embora cooperativos, são individualistas e criativos, evidenciando um notável amadurecimento emocional, segundo pesquisadores que fizeram observações durante longos períodos. Acredita-se que esta maturidade emocional seja conseqüência do uso excepcional que os senoi fazem de seus sonhos.

Os senoi possuem três regras básicas para os sonhos:

1. Enfrentar e vencer o perigo em um sonho, sempre atacar a imagem e nunca fugir. Lutar com o inimigo até a morte se for necessário. Para os senoi, a morte de um inimigo no sonho liberta uma força positiva que será útil posteriormente. Qualquer pessoa que no sonho se mostrar agressiva ou recusar a ajudá-lo deve ser vista como inimigo. Nos sonhos só são inimigos enquanto se tem medo deles. Após vencer a agressão do inimigo, deve-se pedir um presente a ele tal como um poema, uma canção, uma idéia etc, para se obter um reconhecimento do mesmo na vida real. Deve se correlacionar os fatos do sonho com a vida real; se um amigo negar ajuda no sonho ou se mostrar agressivo, deve-se dizer isto a ele para que possa desmanchar esta imagem negativa, na vida real. Se a própria pessoa que sonha se mostra agressiva no sonho, deve-se tentar ser mais amável na vida real. Se outra pessoa, se não o que sonha, for atacada no sonho, deve-se dizer a ela para que possa se prevenir na vida real.

2. Alcançar de encontro ao prazer, gozar as sensações permitindo que elas continuem e intensifiquem até conseguir o prazer total. Os Senoi acreditam que o amor em sonhos nunca é excessivo, incestuoso ou impróprio e que representa partes que precisam ser integradas. Deve-se pedir um presente ao amante no sonho, para se obter um reconhecimento na vida real.

3. Alcançar um resultado positivo, seja qual for a situação no sonho. Deve sempre agir no sentido de obter um final benéfico. Se a situação no sonho for de medo ou constrangedora, deve-se revertê-la para uma situação de prazer e descontração para alcançar um resultado agradável. Por exemplo, se estiver caindo comece a voar e chegue a um lugar interessante e desfrute de todos as sensações agradáveis ao máximo.

Através das regras dos Senoi de controle dos sonhos, pode-se desenvolver autoconfiança e criatividade na vida real. Os vôos em sonhos permitem uma sensação de liberdade interior e abertura para novas aventuras. Os poemas e canções que emergem na mente ao acordar, dão uma grande satisfação de criatividade."

Quando crianças, nós ficamos anos aprendendo química, física e matemática na escola... e muito provavelmente, não vamos usar na prática todos esses conhecimentos depois (apesar de que tudo o que aprendemos, de certa forma, ajuda na nossa formação, e no desenvolvimento de nosso cérebro) - a ênfase é dada quase exclusivamente a matérias objetivas, que utilizam o lado esquerdo do cérebro, e quase nada para o exercício do lado criativo e outras questões humanas mais subjetivas, porém importantes.

Se está comprovado que o conhecimento sobre os sonhos faz muito bem, gera indivíduos mais criativos e equilibrados, porque não aprendemos sobre isso nas escolas?

Por Sandro

Obs: Este texto estava inserido no final de outro post O pesadelo da escola. Resolvi separar os posts, pois seus conteúdos são distintos, porém, relacionados. (Aproveitei para fazer uma pequena edição também, por causa de alguns pontos que a MaFe havia levantado.)

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